sábado, 6 de outubro de 2012

O Século V a.C - O século de Péricles.


            O aristocrata Péricles (c.495-429a.C.),  general e estratega autocrator:

  • O aristocrata Péricles (c.495-429a.C.), hábil político e excelente orador, foi eleito estratego (chefe militar e dirigente político) pela Eclésia e governou Atenas entre 462 e 429 a.C.;
  • Durante o seu governo o dinheiro abundou em Atenas, devido aos tributos pagos pelas cidades da Liga de Delos;
  • Desta forma, conferiu a Atenas a supremacia política e cultural;
  • Foi o responsável pela reconstrução da acrópole;
  • Consolidou os mecanismos da democracia ateniense, aumentando a representatividade do povo;
  • Diminuiu o papel dos aristocratas no Tribunal do Areópago e aumentou a intervenção da Assembleia e do Tribunal do Povo;
  • Instituiu um subsídio para os menos ricos poderem aceder aos cargos políticos (“misthos”);
  • Defendeu o pan-helenismo, ao desenvolver os cultos e festivais;


             Atenas fortaleceu-se com a Liga de Delos (séc. V a. C.), que uniu as cidades-estado gregas contra os persas. Após a vitória sobre os Persas, Atenas submeteu as suas aliadas, usando o dinheiro da Liga em proveito próprio.

             Assim, durante o governo de Péricles, muitos artistas, intelectuais e filósofos da Magna Grécia e de outras cidades-estado gregas vieram viver e trabalhar para Atenas, tendo esta cidade recebido também influências culturais e artísticas do Egipto, da Mesopotâmia, de Creta e de Micenas.
             Atenas afirmou-se pela capacidade de recuperação e pela soberania sobre os restantes cidades gregas, fazendo dela a Escola da Grécia: centro da cultura helénica e da democracia, futura capital da Hélade Unificada pela política de Péricles.


     Discurso de Péricles


Péricles, por Crésilas
        “A nossa constituição não copia as leis dos estados vizinhos. Bem pelo contrário, somos mais um modelo para os outros do que imitadores de costumes alheios. A nossa administração favorece a maioria do povo, e não uma restrita minoria. É por isso que lhe chamamos democracia. Quando temos que recorrer às leis, verificamos que elas conferem a todos o mesmo nível de justiça. [...] A progressão na vida pública depende do mérito e das capacidades de cada um, sem olhar à sua origem social. Do mesmo modo, se um homem possui aptidões para servir o Estado, não é a [...] sua eventual pobreza que o impede de o fazer. [...] A liberdade nas nossas relações privadas não faz de nós cidadãos sem leis. Contra este receio, a respetiva salvaguarda encontra-se na nossa educação, que nos leva a obedecer aos magistrados e ao cumprimento das leis [...].
           Os nossos homens públicos, além da atividade política, têm que atender aos seus negócios particulares, enquanto os nossos cidadãos comuns, embora ocupados com os seus ofícios, não deixam de ser atentos juízes dos assuntos públicos. [...] Nós, Atenienses, somos capazes de ajuizar todos os acontecimentos públicos e, em vez de considerarmos a discussão dos mesmos como um obstáculo à ação, pensamos que ela constitui um passo prévio indispensável a qualquer ação prudente.”
                         Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Lisboa, Edições Sílabo, 2008 (adaptado)

Refere quatro aspetos referidos por Péricles que faziam da democracia ateniense um modelo a seguir.
Segundo Péricles a administração de Atenas:
  • ”favorece a maioria do povo, e não uma restrita minoria”;
  • as leis “conferem a todos o mesmo nível de justiça”;
  • “a progressão na vida pública depende do mérito e das capacidades de cada um”;
  • “se um homem possui aptidões para servir o Estado, não é a [...] sua eventual pobreza que o impede de o fazer."
Menciona três limitações da democracia ateniense.
  • os cidadãos, que representavam uma minoria da população, eram os únicos com direitos políticos (exercerciam o direito de voto e governavam a cidade);
  • a prática da escravatura contraria a igualdade de direitos;
  • as mulheres, os metecos e os escravos não tinham direitos políticos;

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