Ésquilo |
“Os Persas” é a mais
antiga tragédia que conhecemos na íntegra.
De todas as tragédias gregas
sobreviventes, esta é a única cujo enredo se baseia inteiramente em factos
históricos e é, também, a única sem personagens gregos.
Nesta tragédia, mostra-se compaixão pelos vencidos e valoriza-se a
vitória dos Gregos; também se ensina a moderação, a ética, o humanismo e o
pacifismo, não só aos Gregos do seu tempo mas à Humanidade.
Cumprindo o princípio da tragédia grega, não se faz um relato
factual do acontecimento, mas leva-se as personagens e o público a
interrogarem-se sobre o sentido da existência e do destino do Homem, o poder
dos deuses, sobre a vontade e a liberdade humanas e a atitude de vingança dos
deuses sobre quem tenta fugir ao seu destino.
Ésquilo valorizou o coro, realçou a cenografia, a
música e a dança, que acentuam a dor dos persas. A linguagem é simples e a ação decorre sem grandes surpresas, numa
atmosfera fatal e moralizante, cumprindo o caráter religioso e cívico do
teatro. O tema é o castigo dos deuses pela soberba e arrogância humanas -
personificadas por Xerxes, rei dos Persas;
A batalha de
Salamina simboliza :
*a vitória da cultura
humanista desenvolvida pelos gregos e que esteve na origem da cultura
ocidental, sobre o absolutismo e o centralismo imperialista que caracterizou os
impérios orientais.
*a afirmação e consolidação da
identidade cultural dos gregos, que passaram a considerar-se como um povo com
uma cultura superior.
A batalha de Salamina permitiu que:
*Péricles reconstruísse a
cidade de Atenas, destruída por Xerxes, realizando um programa urbanístico que
perdurou até aos nossos dias;
*Atenas liderasse uma
poderosa frota naval, tornando-se na principal potência marítima da Grécia;
*Ésquilo escrevesse a tragédia
Os Persas em que se desenvolve a versão
dos gregos sobre a sua vitória em Salamina.
Assim durante o governo
de Péricles, muitos artistas, intelectuais e filósofos da Magna Grécia e de
outras cidades-estado gregas vieram viver e trabalhar para Atenas, tendo esta
cidade recebido também influências culturais e artísticas do Egipto, da Mesopotâmia,
de Creta e de Micenas.
Atenas afirmou-se pela capacidade de recuperação e pela soberania
sobre os restantes cidades gregas, fazendo dela a Escola da Grécia: centro da cultura helénica e da democracia, futura capital da
Hélade Unificada pela política de Péricles.
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