Estilo Severo
A transição para a época clássica fez-se no primeiro quartel
do século V a. C., com duas obras realizadas em bronze: o Auriga de Delfos e Posídon.
Dotadas de maior pormenorização anatómica e rigor técnico,
mas também de grande monumentalidade e rigidez expressiva, estas duas obras
caracterizam o chamado estilo severo.
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Auriga de Delfos - 474 a.C. e Posídon - 460 a.C. |
Época Clássica
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Nos finais do
século VI a.C. desapareceram a rigidez e a frontalidade e foram surgindo
figuras mais libertas e naturalistas, que podem ser observadas de todos os
ângulos marcando o início do período clássico. Esta tendência acentua-se ao
longo dos séculos V e IV a.C., período que ficou assinalado pelas obras dos
grandes escultores clássicos, como Míron,
Praxíteles, Policleto e Fídias, em cuja obra se fundem o divino e o
humano: as suas figuras reuniam o melhor e o mais perfeito das formas dos
homens com a serenidade e a grandeza dos deuses.
As obras mais famosas de Fídias
foram as duas grandes estátuas em marfim e ouro de Atena, do Pártenon, e de
Zeus, no templo de Olímpia. Ambas se perderam mas chegou até nós o extenso
friso em relevo, alusivo á procissão das Pan-Ateneias, da sua autoria.
Nas obras de Fídias ressaltam a
perfeição anatómica, a robustez e a serenidade, a força e a majestade que
atribuíram à escultura clássica grega o carácter idealista e divinizado que hoje
lhe reconhecemos e que definimos, muitas vezes, pela expressão “calma olímpica”.
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Friso das Aguadeiras, Partenon - Fídias, Séc. V a.C.
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Um dos
mais famosos relevos é a "Niké desapertando a Sandália“, do friso do
templo de Atena Niké, atribuído a Fídias.
Estas figurações não são apenas corpos
estruturais envolvidos em vestuário, mas sim formas moldadas por
drapeados realistas, flutuantes e transparentes, caindo
com naturalidade.
O movimento,
o realismo, o rigor anatómico, a perícia técnica, fazem sobressair uma sensualidade subtil, que
anuncia a arte do séc. IV a.C.
O discóbolo
("lançador de disco"). Cópia de mármore do original de bronze de
Míron. Data do original: 450 a.C.
O discóbolo, conhecida através de várias cópias romanas
(...) é uma obra-prima que revela uma observação sistemática da natureza, demonstrando as possibilidades do
bronze como material de esculturas de ação e de movimento.
O diadúmeno ("jovem com uma
faixa na cabeça") de Policleto, Delos - cópia romana de mármore
do original de bronze datado de 440/430 a.C.
O Diadúmeno e o Doríforo, que representam
atletas nus em diferentes posturas, são as únicas obras atribuídas a Policleto
que chegaram até nós.
Policleto (450/420) a.C., trabalhou
principalmente com o bronze e empenhou-se em determinar as proporções ideais do
corpo humano, estabelecendo uma regra, um cânone
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Doríforo, de Policleto - 450-440 a.C.e Apoxiomeno., de Lisipo -Século IV a.C |
No cânone
de Policleto, seguido por todo o século V a. C., a altura da cabeça
corresponde à sétima parte da altura total do corpo, criando um ideal de atleta robusto e harmonioso.
Lisipo, no século IV a. C., estabeleceu uma nova
proporção, dando à cabeça somente 1/8 da altura total da figura, criando um
novo cânone e, consequentemente, um novo ideal de figura masculina, mais esbelta e elegante.
A arte grega do período clássico é, simultaneamente, uma arte realista por reproduzir o mais fielmente
possível o corpo humano, e idealista por eliminar do corpo reproduzido as
imperfeições que contrariavam o ideal de beleza dos gregos.
Período Helenístico
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Grupo escultórico Laocoonte e seus filhos - 160 a 130 a.C
Obra conjunta de Hagessandro, Polidoro e Atanadoro |
Composição desequilibrada, para valorizar o dramatismo - expressão de dor física expressa no rosto e na tensão muscular - Realismo expressivo, dramático de efeito teatral; abandono do “realismo idealista” e da serenidade.
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Vitória (Niké) de
Samotrácia.
Pitócrito, da Escola de Rodes, (200-190 a.C.)
É captado o momento em que a deusa poisa na proa de um navio, de asas abertas, num perfeitoequilíbrio entre o movimento do corpo e a força do vento que se lhe opõe (tema mitológico). A agitação das roupagens húmidas que lhe cingem o corpo, firme e enérgico, bem como o tratamento plástico e expressivo conferido às pregas fluidas do tecido transparente, contribuem para o efeito de sublimação, caraterístico da arte deste período.
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